Corticóides: Medicina Ocidental X Medicina Oriental – MEDICINA OCIDENTAL – Parte 1

CORTISOL, CORTISONA E GLANDULAS ADRENAIS.  – Por Dr. Frederico Mazza

Uma confusão comum que se cria, oriundas de  informações desencontradas  principalmente da internet é:  o que é o cortisol e o que é a cortisona?

A Cortisona é um tipo de corticóide, ou corticosteróide sintético, que assemelha-se ao homônimo naturalmente produzido pelo corpo humano, o cortisol.

O Cortisol  é produzido e secretado pela glândula suprarrenal ou adrenal, que fica acima de cada rim, medindo aproximadamente 5cm, e que é importantíssima no nosso metabolismo energético, e que também sintetiza e libera  uma série de outros hormônios, em suas duas porções: o córtex e a medula. A medula adrenal secreta as catecolaminas noradrenalina e adrenalina, sendo a principal fonte de adrenalina no corpo.

Já, o córtex adrenal secreta três tipos de hormônios: mineralocorticoides (aldosterona),   glicocorticoides (cortisol e corticosterona) e androgênios (hormônios sexuais).

Vamos focar no cortisol, que é um hormônio essencial a vida, contribuindo  para manter o equilíbrio no organismo humano. Atua como um potente antinflamatório natural, além de influir em diversas funções do organismo como no ciclo sono-vigília, metabolismo ósseo, de açúcares, sais minerais, gorduras, proteínas, exercendo também ação estimuladora no cérebro. Estas ações são muito importantes para gerar energia necessária para manutenção das atividades diárias e em especial nas situações de estresse tanto físico como emocional.

Por exemplo, no momento de uma infecção o organismo precisa de reservas de energia para se defender, e o cortisol atua provendo condições para a recuperação. Em um estresse físico-psicológico, o cortisol, junto a  adrenalina participa da resposta  humana primitiva de sobrevivência;  a de luta ou fuga, levando uma resposta física rápida  a situações estressantes.  Essas reações são boas, normais e  fisiológicas por um curto período de ação, mas perigoso quando há uma exposição prolongada aos estresses psicogênicos do dia-a-dia moderno, que muitas vezes, não são caracterizados como um perigo  físico em si, mas que o corpo pode interpretar como tal, levando à consequências  potencialmente danosas ao organismo desta dupla de hormônios.

A produção de cortisol obedece a um ritmo diário (“ritmo circadiano”), com um nível máximo do hormônio pela manhã, ao acordar, e por ser um hormônio hiperglicemiante, possibilita que despertemos, pois disponibiliza mais de açúcar no sistema nervoso central.

O nível de cortisol vai caindo lentamente, até que à noite, há um nível mais baixo no sangue, impulsionado pela maior presença de melatonina, produzida pela glândula pineal, que capta redução da luz do dia, coincidindo com a sensação de cansaço e necessidade de repouso.  Durante o sono, a glândula volta a produzir o hormônio a fim de que o organismo esteja apto para suas atividades diárias ao acordar, pela manhã. Este ritmo de produção do cortisol pela adrenal  é então regulado por outras glândulas; a hipófise produzindo o ACTH  e a  pineal produzindo a melatonina, localizadas no cérebro, sob influência direta do hipotálamo.

Mas o corpo humano é extremamente sensível e harmonioso: para produzir o cortisol, a adrenal  obedece às ordens da hipófise e do hipotálamo. A regulação do cortisol é portanto o resultado da participação harmoniosa do eixo hipotálamo – hipófise – adrenal. Assim, quando o nível sérico do cortisol está elevado, o eixo reduz sua atividade  e vice-versa.

Por isso, quando uma pessoa utiliza um medicamento contendo corticoide ou cortisona, poderá ocorrer uma interferência no eixo regulador/produtor e resultar em alteração de produção do cortisol pelo organismo.

(mais…)