Covid 19 – Diabetes e Acupuntura

Unidade na Asa Norte torna-se especializada em diabetes, o… | Flickr Leitores!

Hoje vamos conversar cientificamente sobre a Covid-19 relacionada ao Diabetes e à Acupuntura.

Segundo Gupta, R. e cols (2020), em artigo lançado no periódico Elsevier, não se pode dizer que um paciente diabético é mais suscetível a contrair a Covid-19, porém, há um risco real da doença ser mais grave e levar à morte os pacientes que possuem diabetes como comorbidade de base. Os números mostrados no artigo são:

  • Em estudo de 26 casos fatais, 42.3% dos pacientes eram diabéticos.
  • Outro estudo mostrou que de 150 pessoas (68 mortes e 82 recuperados) a diabetes pode ser um alerta de perigo para complicações de Covid-19.
  • Em 72314 casos uma análise mostrou que pessoas diabéticas sobem a estatística de mortalidade da Covid-19 de 2,3% para 7.3%.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia, em março de 2020, citou que pacientes diabéticos contaminados por Covid-19 podem ter falta de apetite, passar longos períodos sem se alimentar e ainda, sob o uso de medicações para dor, febre, entre outros, poderá facilmente desregular os níveis de glicose no sangue. Assim, a recomendação é para que o controle de medidas seja feito de forma mais frequente.

Estudos de científicos de Acupuntura apontam que o ponto E36 e VC12 são importantes aliados no controle da glicemia em pacientes que sofrem de diabetes. Kumar, R. e cols (2017) citou em seu artigo que a estimulação do VC12 abaixa imediatamente a glicose em pacientes com Diabetes do tipo 2.

Já Peplow, P. e Baxter, D. (2012) mostraram que o ponto VC12 e E36 quando estimulados por uma média de 30 minutos utilizando eletroacupuntura entre 2 e 15Hz diminui a glicose sanguínea em humanos e ratos.

Com base nestes conhecimentos, seria possível ajudar pacientes diabéticos com Covid-19 dentro dos hospitais, utilizando os pontos de acupuntura já estudados com confirmação de sua eficácia? Seria a Acupuntura um recurso de controle glicêmico mais natural no caso de pacientes que estão internados e precisam de controle constante? Seria uma técnica segura, uma vez que o excesso de medicação pode levar à hiperglicemia?

Atualmente, no Brasil, a Acupuntura não possui regulamentação. Isso significa que os atendimentos dentro de hospitais com essa técnica, não é permitida ou reconhecida. Sabe-se que em Wuhan, região onde o Covid-19 teve seu ponto de partida para o mundo, os tratamentos de Coronavírus incluíam, em sua maior parte, recursos da Medicina Tradicional Chinesa, não somente pontos de Acupuntura, mas também fitoterapia, moxaterapia, entre outros, associada aos cuidados ocidentais.

É preciso então, que Acupunturistas se unam para mostrar a eficácia da técnica não somente nos seus resultados positivos relatados pelos pacientes, mas também com bases científicas para que, em casos de grandes pandemias, possamos ajudar os pacientes também na linha de frente.

Enquanto tal fato não ocorre, podemos continuar utilizando VC12 e E36 em pacientes diabéticos, em nosso consultório, que não estejam contaminados com Covid-19, com a intenção de ajudar nos tratamentos para estabilizar a glicemia e ajudar em tratamentos endócrinos da medicina ocidental tradicional.

Os benefícios da Acupuntura são certos. Quanto mais equilibrado estiver um paciente em tempos de doenças graves e oportunistas, maiores serão suas chances de não se contaminar. E caso aconteça a contaminação, é certo que sua recuperação será mais rápida.

Não há dúvidas que a Acupuntura é um caminho sólido e seguro para proteger a população.

Um grande abraço à todos.

Profa. Fernanda Mara

 

Referências Bibliográficas:

Jogo Rápido – Obesidade (Parte 2)

Bom dia Leitores!

Nosso último post tivemos Dr. Frederico Mazza abordando as principais questões sobre a Obesidade na visão da Medicina Ocidental.

Hoje farei uma breve introdução sobre o post de terça feira, que será dedicado às questões gerais da Obesidade na Medicina Chinesa.

Para a Medicina Chinesa, a Obesidade é um desequilíbrio sistêmico, onde há grande afecção entre o funcionamento do Baço-Pâncreas, Rim, Coração e Fígado, sendo o que o primeiro é o órgão mais afetado e debilitado. Assim, tanto para medicina ocidental como para medicina oriental, a obesidade é uma patologia evitável.

Para os chineses, precisamos manter Baço-Pâncreas e Rim fortes, evitar os excessos de Coração e harmonizar o funcionamento do Fïgado para reestabelecer a saúde ou evitar seu dano.

Parte das técnicas que utilizamos para melhorar o quadro de obesidade são as mesmas que usamos no emagrecimento, porém, o alto índice de massa corporal é apenas uma das questões que deve ser tratada no obeso. Não podemos nos esquecer que obesos possuem fraqueza muscular, hipertensão, doenças renais que devem ser consideradas e tratadas com a mesma seriedade que tratamos o aumento de peso.

Em breve continuaremos nossa conversa sobre o tema. Sempre associando a Medicina Chinesa à Ocidental em benefício do paciente.

Um excelente final de semana e feriado à todos!

Grande abraço!

Profa. Fernanda Mara

Obesidade – A palavra do Médico (Parte 1)

Bom dia Leitores!

É com um pequeno atraso que disponibizo para vocês o texto do Dr. Frederico Mazza, endocrinologista, sobre a Obesidade. O que se segue é uma visão Ocidental do assunto, e em breve, escreverei para vocês sobre a visão oriental, unindo as medicinas em benefício do paciente.

Vamos dar início!

A obesidade é uma doença metabólica, descrita como um acúmulo de tecido adiposo (gordura) proveniente de um aporte calórico excessivo vindo de nutrientes dos alimentos ingeridos, acompanhado de uma vida sedentária, fatores genéticos, socioeconômicos, psicossociais e culturais. O número de pessoas obesas e com sobrepeso tem crescido rapidamente, já atingindo mais da metade da população mundial, tornando uma pandemia e um problema de saúde pública.

Um método simples para o diagnóstico da obesidade é o cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC), que avalia a relação entre o peso e a altura. Quando o IMC é maior do que 30, a pessoa é considerada obesa. Quanto maior o índice, mais chances do paciente desenvolver diabetes, neoplasias, problemas cardiovasculares, osteo-musculares, articulares, hipertensão arterial, infertilidade, depressão e ansiedade. Problemas diretamente ligados à piora da qualidade de vida e menor longevidade.

Os índices atuais são:

–  ​​Abaixo do peso: IMC abaixo de 18,5
–  Peso normal: IMC entre 18,5 e 24,9
–  Sobrepeso: IMC entre 25 e 29,9
–  Obesidade Grau I: IMC entre 30 e 34,9
–  Obesidade Grau II: IMC entre 35 e 39,9
–  Obesidade Grau III: IMC acima de 40.

** O cálculo do IMC é feito da seguinte forma: peso dividido pela altura x altura

Exemplo: Pessoa de 1,67m pesando 59kg

IMC = 59 / 1,67×1,67

IMC= 59/2,788 = 21,16  – Portanto, neste caso uma pessoa de peso normal.

O desenvolvimento de métodos mais simples de estimação da composição corporal vai permitir o estabelecimento de pontos específicos de corte para obesidade em cada população, o uso de técnicas como ressonância magnética, tomografia computadorizada, bioimpedância, entre outras disponíveis, leva uma definição mais correta da composição corporal de cada indivíduo.

A melhor forma de tratar a obesidade é adotar mudanças no estilo de vida, buscar maior equilíbrio emocional, auto-conhecimento, conscientização, melhora do comportamento social, uma dieta menos calórica, tudo aliado a um programa de exercícios físicos, sempre sob a supervisão de um profissional especializado.

Também deve ser considerado problemas metabólicos como a resistência insulínica e a leptina, redução de hormônios de saciedade, como GLP-1 e PYY, redução de hormônios sexuais e tireoideanos, alteração de microbiota intestinal, compulsão alimentar, paladar infantil, entre outros defeitos fisiopatológicos.

O uso de medicamentos, desde controladores de saciedade e fome, até os que reduzem a absorção de gordura, que reduzem a compulsão alimentar,e a resistência insulínica, devem ser considerados. Para os casos mais graves, pode ser recomendada também a cirurgia metabólica, especialmente quando há falência no tratamento clínico por mais de 2 anos, indicada sempre com muito critério, nos casos de obesidade grau II e III com comorbidades.

O combate à obesidade é uma tarefa árdua, e que precisa constantemente se potencializar, tanto pelo trabalho dos profissionais de saúde, familiares, e principalmente de políticas públicas, porém torna-se fundamental entuasiasmo e entendimento dos pacientes envolvidos.

Fatos importantes:

  • A obesidade mundial quase dobrou desde 1980.
  • Nos últimos 10 anos, a prevalência da obesidade no Brasil aumentou em 60%
  • Mais da metade da população brasileira está acima do peso.
  • 65% da população mundial vive em países onde o excesso de peso e a obesidade mata mais pessoasdo que abaixo do peso.
  • O excesso de peso e a obesidade são o quinto principal risco de mortes globais. Pelo menos 2,8milhões de adultos morrem a cada ano como resultado do excesso de peso ou obesidade.
  • 44% da carga de diabetes, 23% da carga de doença cardíaca isquêmica e entre 7% e 41% de certas cargas de câncer são atribuíveis ao sobrepeso e à obesidade.
  • Mais de 40 milhões de crianças com menos de cinco anos estavam acima do peso em 2011.
  • A obesidade é evitável.

Dr. Frederico Belcufiné Mazza

Especialização em Clínica Médica pelo Hospital Servidor Público do Estado de São Paulo.

Pós-graduação em Bioquímica Médica e Oxidologia – Fundação de Apoio a Pesquisa e Estudo na Área da Saúde.

Especialização em Endocrinologia e Metabologia – Instituto de Pesquisa e Ensino Médico de São Paulo

Pós-Graduando em Obesidade, Emagrecimento e Saúde – Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP.

Joslin Research Fellow in Advances in Diabetes and Thyroid Disease – Harvard Medical School .
American Diabetes Association – 74th Scientific Sessions San Francisco, Califórnia (2014)

Internacional Diabetes Federation – Fórum Foz do Iguaçu, Brazil (2014)

European Association for the Study Of Diabetes (50th EASD Annual Meeting, Vienna, Austria, 2014)

European Association for the Study Of Diabetes (51th EASD Annual Meeting, Stockholm, Sweden, 2015)

World Diabetes Congress – INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION MEMBER (Meeting Vancouver, Canada, 2015)
European Association for the Study Of Diabetes (52th EASD Annual Meeting, Munich , Germany, 2016)

American Diabetes Association – 76th Scientific New Orleans, LA 2016)